Reestruturação Produtiva sob a forma da Produção Flexível: forma extrema de Revolução Passiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33837/msj.v1i2.90

Resumo

Partimos da concepção de que, se a hegemonia nasce na fábrica, ela absolutamente não se esgota nela. Para tornarem-se hegemonia, os valores e ideais que emergem da produção precisam articular-se sob a forma de um discurso coerente acerca do mundo, precisam dar origem a uma teoria total acerca das relações humanas; imbricar-se no cotidiano dos trabalhadores; universalizar uma visão de mundo, um projeto de classe (ou de frações de uma classe social). É por isso que a reestruturação produtiva sem uma forma de gestão que estimule – coercitivamente ou não – o envolvimento e a participação dos assalariados tornam-se um mecanismo estéril do ponto de vista da reprodução ampliada do capital. Podemos, portanto, vislumbrar que o capital não prescinde da força de trabalho, tem, ao contrário, que a envolver, capturando-a e subalternizando-a.

 

Biografia do Autor

Cristhian Dany de Lima, Instituto Federal Goiano

É mestre (2012) e graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Uberlândia (2005).

Atualmente é professor no IF Goiano(Campus Urutaí)  e pesquisador vinculado ao Grupos de Pesquisa Trabalhadores, Sindicalismo e Política e do Grupo de Estudos Marxistas: Marx e Gramsci – ambos na UFU (Universidade Federal de Uberlândia).

Atuando principalmente com os seguintes temas: reestruturação produtiva, reengenharia produtiva, classes trabalhadoras (condições de trabalho e vida), Pensamento político de Marx e Gramsci, Movimento operário e sindicalismo, trabalhadores e política, cinema, religiosidade popular, religiões de matriz africana e candomblé.

Referências

ABREU, A. R. de P; SORJ, B. (org.). O trabalho invisível: estudos sobre trabalhadores a domicílio no Brasil. Rio de Janeiro: Rio Fundo, 1993.

ALVES, G. Trabalho e mundialização do capital – a nova degradação do trabalho na era da globalização. Londrina: Praxis, 1999.

______. O novo (e precário) mundo do trabalho: reestruturação produtiva e crise do sindicalismo. São Paulo: Boitempo, 2000.

AMORIM, H. Trabalho Imaterial: Marx e o debate contemporâneo. São Paulo : Annablume; FAPESP, 2009.

ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? – ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. Campinas: Cortez, 1998.

______. Os sentidos do trabalho – ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 1999.

BADARÓ MATTOS, M. Classes sociais e luta de classes: a atualidade de um debate conceitual. Revista Em Pauta, nº20, 2007, pp.33-55.

BENSAID, D. Marx o intempestivo: grandezas e misérias de uma aventura crítica (séculos XIX e XX). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.

BIHR, A. Da grande noite à alternativa – o movimento operário europeu em crise. São Paulo: Boitempo, 1998.

BOITO JÚNIOR, A. Hegemonia neoliberal e sindicalismo no Brasil, Crítica Marxista, n. 3, BOITEMPO : São Paulo, 1996. p. 80-105.

CHESNAIS, F. (Coord.). A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996.

______. Mundialização financeira e vulnerabilidade sistêmica. In: CHESNAIS, F. (Coord.). A mundialização financeira: gênese, custos e riscos. São Paulo: Xamã, 1998.

CORIAT, B. Pensar pelo avesso: o modelo japonês de trabalho e organização. Rio de Janeiro: Revan: UFRJ, 1994.

______. Ohno e a escola japonesa de gestão da produção: um ponto de vista de conjunto. In: HIRATA, Helena (Org.). Sobre o modelo japonês. São Paulo: Edusp, 1993.

DEJOURS, C. Uma nova visão do sofrimento humano nas organizações. In: ______. O Indivíduo na organização. São Paulo: Atlas,1993. v.1

______. A loucura no trabalho: estudo de Psicopatologia do Trabalho. São Paulo: Oboré/Cortez, 1987.

DIAS, E. F. A liberdade (im)possível na ordem do Capital: Reestruturação produtiva e passivização. Textos Didáticos n. 29, IFCH: UNICAMP, 1997.

ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2010.

FARIA, M. da G. D. Terceirização: (des)fordizando a fábrica – um estudo do complexo petroquímico. São Paulo: Boitempo, 2001.

FERRARIS, P. Desafio tecnológico e inovação social. Rio de Janeiro: Vozes, 1990.

FRIEDMANN, G. O Futuro do Trabalho Humano. Lisboa: Moraes, 1981.

______. O Trabalho em Migalhas. São Paulo: Perspectiva, 1972.

FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: História da Violência nas Prisões. Editora Vozes : São Paulo 2001, 262p.

GOUNET, T. Fordismo e Toyotismo na civilização do automóvel. São Paulo: Boitempo, 1992.

GORZ, A. Adeus ao proletariado – para além do socialismo. Rio de Janeiro: Forense, 1982.

GRACIOLLI, E. J. e TOITIO, R. D. A Responsabilidade Social Empresarial como aparelho de hegemonia. Lutas Sociais, UEL-Londrina, nº 21/22, p.166-178. 2009, ISSN 1415-854X.

GRAMSCI, A. Obras escolhidas. São Paulo: Martins Fontes, 1978.

______. Americanismo e Fordismo. In: GRAMSCI, A. Obras escolhidas. São Paulo: Martins Fontes, 1978.

______. Os Intelectuais e a organização da Cultura. Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 1982.

______. Maquiavel, a política e o estado moderno. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1988.

______. Cadernos do Cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. v. 3

______. Cadernos do cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. v.4

______. Cadernos do cárcere, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. V. 2

HARVEY, D. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1996.

HIRATA, H. (Org.). Sobre o modelo japonês. São Paulo: Edusp, 1993.

HOBSBAWM, E. História do Marxismo. Paz e Terra, 12 vol., 1979 a 1988

KURZ, R. O colapso da modernização (Da Derrocada do Socialismo de Caserna à Crise da Economia Mundial). São Paulo: Paz e Terra, 1992.

LIMA, C. D. Empresa Rede: a Reengenharia da Hegemonia Burguesa. Monografia (Graduação em Ciências Sociais) – Universidade Federal de Uberlândia. Orientador: Edílson José Graciolli. 2005. 103p.

LAZZARATO, M e NEGRI, T. Trabalho imaterial: formas de vida e produção da subjetividade. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

MARX, K. Las luchas de clases em Francia de 1848 a 1850. Buenos Aires : Polemica, 1972

______.Contribuição à crítica da Economia Política. São Paulo: Martins Fontes, 1977.

______. O capital, Livro I, Capítulo VI (inédito). Livraria Editora Ciências Humanas : São Paulo, 1978.

______. O 18 de brumário de Louis Bonaparte. Obras Escolhidas, vol. 1. Moscou:

Progresso; Lisboa: Avante, 1982.

______. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Nova Cultural, 1985. Coleção Os Economistas. v. I, tomo 1 e 2.

______. O capital: o processo global da produção capitalista. 6ª.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991. Livro III.

MARX, K. e ENGELS, F. A ideologia alemã (I - Feuerbach). São Paulo: Hucitec, 1993.

______. Manifesto do partido comunista. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

MÉSZÁROS, I. Para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2002.

OFFE, C. Trabalho como categoria sociológica fundamental? In: ______. Trabalho & sociedade. Rio de Janeiro : Tempo Brasileiro, 1989. v.1

OHNO, T. L’espirit Toyota. Paris: Maçons, 1989.

PARANHOS, A. P. O roubo da fala: origens do trabalhismo no Brasil. São Paulo: Boitempo, 1999.

REBECCHI, Emílio. O Sujeito Frente à Inovação Tecnológica. Rio de Janeiro: Vozes, 1990.

SILVA, S. S. E. Reestruturação produtiva, estrutura sindical e neoliberalismo: o sindicalismo sitiado diante do binômio desemprego/precarização. Monografia (Graduação em Ciências Sociais) – Universidade Federal de Uberlândia, 2003. 54p.

TAYLOR, F. W. Princípios de administração científica. São Paulo: Atlas, 1953.

TUDE DE SOUZA, A. Sobre o Americanismo e Fordismo de Antonio Gramsci. Textos Didáticos n. 5, IFCH: UNICAMP, 1992.

Downloads

Publicado

2018-03-18

Como Citar

Lima, C. D. de. (2018). Reestruturação Produtiva sob a forma da Produção Flexível: forma extrema de Revolução Passiva. Multi-Science Journal, 1(2), 34–44. https://doi.org/10.33837/msj.v1i2.90

Edição

Seção

Ciências Humanas