Reestruturação Produtiva sob a forma da Produção Flexível: forma extrema de Revolução Passiva
DOI :
https://doi.org/10.33837/msj.v1i2.90Résumé
Partimos da concepção de que, se a hegemonia nasce na fábrica, ela absolutamente não se esgota nela. Para tornarem-se hegemonia, os valores e ideais que emergem da produção precisam articular-se sob a forma de um discurso coerente acerca do mundo, precisam dar origem a uma teoria total acerca das relações humanas; imbricar-se no cotidiano dos trabalhadores; universalizar uma visão de mundo, um projeto de classe (ou de frações de uma classe social). É por isso que a reestruturação produtiva sem uma forma de gestão que estimule – coercitivamente ou não – o envolvimento e a participação dos assalariados tornam-se um mecanismo estéril do ponto de vista da reprodução ampliada do capital. Podemos, portanto, vislumbrar que o capital não prescinde da força de trabalho, tem, ao contrário, que a envolver, capturando-a e subalternizando-a.
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