Cenário da disposição do lodo de esgoto: uma revisão das publicações ocorridas no Brasil de 2004 a 2014

Autores

  • Alfred Luciano Fabio Gomes de Castro
  • Orlando Rodrigues
  • Paulo Sergio Scalize Escola de Engenharia Civil - Universidade Federal de Goiás http://orcid.org/0000-0002-0833-7826

DOI:

https://doi.org/10.33837/msj.v1i2.84

Resumo

O crescimento populacional somado à urbanização e ao desenvolvimento econômico são causas incontestáveis do aumento da geração de resíduos. No Brasil a gestão dos resíduos gerados apresenta dificuldades quanto a disposição inadequada, coleta informal e insuficiência do sistema de coleta pública (Linhares et al. 2012).O lodo de esgoto, que é um resíduo, é um produto inevitável do tratamento de águas residuárias, e sua disposição de forma inadequada é um problema existente em várias partes do mundo.  No panorama nacional existe uma carência de informação oficial a respeito da disposição do lodo de esgoto, no entanto, são vários os autores que estudaram e/ou estudam alternativas para o uso deste biossolido. Nesse sentido o objetivo do presente estudo foi mapear as principais tendências do uso e disposição do lodo de esgoto no Brasil, tomando por base os trabalhos técnicos-científicos publicados do ano de 2004 à 2014, sendo para isso utilizada a metodologia Mapping Study, foram realizadas buscas a em publicações eletrônicas nos bancos de dados dos Portais Scielo, CAPES, e no sitio do Google Acadêmico. De acordo com análise cienciométrica de dados proposta por este estudo, a realidade do Brasil para a disposição do lodo de esgoto, é a produção vegetal ou a recomposição de áreas degradadas com 276 artigos (91,7%), com destaque na aplicação agrícola (82,1%) e, em especial na produção de milho (19,9%). Porém, mesmo em menor número, já começa a aparecer vertentes de pesquisa do uso deste biossólido para produção de artefatos cerâmicos, construção civil e geração de energia (25 artigos).

Biografia do Autor

Paulo Sergio Scalize, Escola de Engenharia Civil - Universidade Federal de Goiás

Graduado em Ciências Biológicas Modalidade Médica e Bioquímica Médica Análise Físico Químicas e Microbiológicas (1991) e em Engenharia Civil (2004), especialização em Microbiologia pela USP-Ribeirão Preto, mestrado e doutorado em Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), 1997 e 2003, respectivamente. Foi funcionário do Departamento Autônomo de Água e Esgotos de Araraquara durante 16 anos. Atualmente é professor adjunto IV na Universidade Federal de Goiás atuando na Escola de Engenharia Civil no campus de Goiânia, ocupando o cargo de Coordenador do curso de Engenharia Civil. Professor do Programa de Pós-Graduação Engenharia Ambiente e Sanitária (PPGEAS) na UFG. Tem experiência na área de Ciências Ambientais, atuando principalmente nos seguintes temas: estação de tratamento de água, qualidade da água, tratabilidade e disposição final lodo de ETA, clarificação, estação de tratamento de esgotos, Laboratório de análise físico-química e microbiológica, gestão de controle de perdas, sub-medição de hidrômetros, planejamento, gespública.

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Publicado

2018-03-18

Como Citar

Castro, A. L. F. G. de, Rodrigues, O., & Scalize, P. S. (2018). Cenário da disposição do lodo de esgoto: uma revisão das publicações ocorridas no Brasil de 2004 a 2014. Multi-Science Journal, 1(2), 66–73. https://doi.org/10.33837/msj.v1i2.84

Edição

Seção

Ciências Ambientais