Desenvolvimento de uma oficina teatral voltada para o ensino fundamental: uma experiência vivida por bolsistas do Pibid/Biologia/IF Goiano/Urutaí.
DOI:
https://doi.org/10.33837/msj.v1i11.555Abstract
Inseridos em uma sociedade marxista, onde os caráteres humanos volveram-se ao egocentrismo e materialismo, suscitando uma prática individualista e competitiva, a segunda arte mundial, vulgo teatro, mostra-se com acentuada acuidade a comunicação e expressão desde o enceto social, proporcionando uma livre troca de experiências e conhecimentos interpessoais, despertando nos jovens um pensamento crítico e criativo de forma independente, além da cooperação social prática. Atentos à tal realidade, bolsistas do PIBID/Biologia do IF Goiano – Campus Urutaí se engajaram à realização de uma oficina de teatro, voltada para alunos do ensino fundamental do Colégio Estadual Doutor Francisco Accioli em Pires do Rio – GO, com duração mínima de três dias, contando com a colaboração da estudante de Artes Cênicas da UFG – Goiânia Ingrid Santos. Após dias de planejamento, a oficina foi direcionada para alunos do turno vespertino (7º à 9º ano do ensino fundamental), sendo que a atividade ficou operante no contra turno (turno matutino) – com inicio às 14 h e término às 16 h 30 min, e contou com a participação de 7 alunos; destes, 2 com necessidades especiais – oligofrênicos. No primeiro dia de ação da oficina, foi trabalhado jogos teatrais de improviso, a fim de rescindir a barreira individualista criada pela sociedade, contribuindo para o trabalho em grupo. No segundo dia de atividade, foi trabalhado expressão corporal, almejando o encontro do aluno com seu verdadeiro “EU”, muitas vezes sobreposto pelo ideal social a ele instruído. Neste mesmo dia, discutiu-se com os alunos acerca da dramatização, visando a finalização da oficina. Tal atividade foi ponderada pela direção da escola, em que os alunos escolheram apresentar a peça teatral de Ariano Suassuna: “O Santo e a Porca” (1957), no ato nº 1, uma comédia crítica que traz à tona assuntos como religião e avareza, em que cada aluno recebeu o ato todo impresso com suas falas devidamente grifadas. No terceiro e último dia, os alunos ficaram encarregados de montarem o figurino, com vestimentas que já possuíam em seus guarda-roupas e que achavam pertinentes aos personagens. A montagem do cenário foi realizada com a ajuda de todos participantes e bolsistas, com ornamentos de suas residências. No dia 21 de novembro de 2016 foi realizada a dramatização dos alunos, levando todos os envolvidos à surpresa ao amplificar o resultado esperado, uma vez que professores e colegas de sala se mostraram espantados com a participação dos alunos, de forma tão livre, democrática, autônoma, solidária e igualitária. Conclui-se assim, que o teatro, embora muito pouco utilizado em meios educacionais da realidade educacional explorada, permite o entrecorte de diversas situações, vivências e circunstâncias, oferecendo experiências significativas aos discentes no meio emocional, social, motor e cognitivo.
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