Distribuição do modo de ocorrência in situ de landraces de algodoeiro Semiárido Brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.33837/msj.v1i1.44Abstract
O objetivo foi determinar como os algodoeiros mocó (Gossypium hirsutum r. marie galante) são mantidos in situ nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Essa caracterização foi realizada através de entrevistas com os proprietários das plantas e por meio da análise do ambiente. As coletas foram feitas entre os anos de 2004 a 2005. Um total de 343 plantas foram coletadas, 22 do estado de PB, 47 do Estado do RN, 146 do estado do CE, 40 a partir do estado de MA e 91 do estado do PI. Nos estados de PB e RN só foi encontrado algodão do tipo mocó e nos demais estados, a ocorrência foi de 92%, 62% e 78% no CE, PI e MA, respectivamente. As outras plantas de algodão coletadas eram da espécie G. barbadense. Grande parte dos algodoeiros era de fundo de quintal (45,2%), sendo a maior porcentagem encontrada nos estados do PI e MA. O cultivo predominou no CE; RN em populações selvagens foram as mais frequentes e, na PB, variedades locais. A manutenção de plantas mocó está relacionada, principalmente, ao uso medicinal (20,9%) e para confecção de para lamparinas (29,7%). Poucos habitantes na PB, RN, PI e nenhum no MA realizavam beneficiamento das plantas e o armazenamento das sementes; no entanto, em CE, 40,5% de proprietários afirmaram comercializar a fibra. Verificou-se que a manutenção de espécies é dependente dos hábitos culturais, por conseguinte, a manutenção in situ não é um meio adequado para a conservação dos recursos genéticos. Os esforços devem ser direcionados para a conservação ex situ.
References
Albrana, Algodão brasileiro nativo e naturalizado. 2014. http://www.cnpa.embrapa.br/albrana.
Almeida VC, Hoffmann LV, Yokomizo GK, Costa JNDA, Giband M, Barroso PAV. In situ and genetic characterization of Gossypiumbarbadense L. from the States of Pará and Amapá, Brazil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 44, 719-725, 2009.
Barroso PAV, Costa JN, CiampiAY, Rangel LEP, Hoffmann LV.Caracterização In Situ de Populações de G. barbadense do Estado do Mato Grosso. Comunicado Técnico: 244.EmbrapaAlgodão, Campina Grande, 2005
Ellstrand NC, Prentice, HC, Hancock JF. Gene flow and introgression from domesticated plants into their wild relatives. AnnualReviewofEcologyandSystematics 30: 539-563, 1999.
Fernandez F. Aprendendo a lição de ChacoCanyon: do desenvolvimento sustentável a uma vida sustentável. Conferência Nacional 2004- Empresas e Responsabilidades Social. Instituto Ethos, São Paulo, 2005.
Freire E. Distribuição, coleta, uso e preservação das espécies silvestres de algodão no Brasil. Comunicado Técnico: 78. Embrapa Algodão, Campina Grande, 2000.
Freire EC. História do algodão no Cerrado. In: Algodão no cerrado do Brasil. Editado pelo Freire, E. C. Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Brasília, pp. 21-52, 2007.
Freire EC, Costa JN, Andrade FP. Recursos genéticos e melhoramento do algodão no Nordeste do Brasil. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Petrolina, 1999. Disponível em:www.cpatsa.embrapa.br.
Freire EC, Crisóstomo JR. Diagnóstico da expansão do algodoeiro “verdão” e misturas locais no Nordeste e ação de pesquisa. Comunicado Técnico: 08. Embrapa Algodão, Campina Grande, 1980.
Freire EC, Moreira JA. Relações genéticas entre o algodoeiro Mocó e diferentes espécies e raças de algodoeiro. Revista Brasileira de Genética 14: 393-411, 1991.
Freire EC, Santos MSS, Medeiros LC, Andrade FP, Santos EO. Avaliação preliminar da coleção de germoplasmas de algodoeiro arbóreo no nordeste do Brasil. Documentos 38. Embrapa Algodão, Campina Grande, 1990.
Freire EC, Moreira JA, Santos JW, Andrade FP. Relações taxonômicas entre os algodoeiros mocós e Gossypiummustelinumdo Nordeste Brasileiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira 33 (10): 1555-1561, 1998.
Freire EC, Barroso PAV, Penna JCV, Borém A. Fluxo Gênico: Analise do caso de Algodão no Brasil. Biotecnologia Ciência &Desenvolvimento 29: 104-113, 2002.
Freitas FO, Zarur SBBC. Casa Kukurro – tradição cultural e sua influência na amplificação e manutenção da diversidade em uma roça. Revistado Museu de Aqueologia e Etnologia 17: 381-389, 2007.
Hutchinson JB. Intra-specificdifferentiation in Gossypiumhirsutum. Heredity 5 (2): 161-193, 1951.
Jain, S. K. 1975. Genetic reserves. In: Frankel,O.H. and Hawkes, J. G. Crop genetic resources for today and tomorrow. Càmbridge University Press, Cambridge. p. 379-96.
Johnston JA, Mallory-Smith C, Brubaker CL, Gandara F, Aragão FJF, Barroso PAV, Quang Vu Duc, Carvalho LP, Kageyama P, Ciampi AY, Fuzatto M, Cirino V, Freire E. Assessing gene flow from Bt cotton in Brazil and its possible consequences. In: Environmental risk assessmente of genetically modified organisms (Hibeck A,Andow DA, Fontes EMG). CABI Publishing: Cambridge. pp. 261-299, 2006.
Liu B, Wendel JF. Non-Mendelian phenomena in allopolyploid genome evolution. Current Genomics 3 (6): 1-17, 2002.
Menezes IPP,Barroso PAV, Hoffmann LV, Lucena VS, Giband M.Genetic diversity of mocó cotton (Gossypiumhirsutumrace marie-galante) from the northeast of Brazil: implications for conservation. Botany, 88: 765-773, 2010.
Menezes IPP, Gaiotto FA, Hoffmann LV, Ciampi AY, Barroso PAV. Genetic diversity and structure of natural populationsof Gossypiummustelinum, a wild relative of cotton, in the basinof the De Contas River in Bahia, Brazil. 142: 99-108, 2014.
Moreira JAN. Possibilidades da produção de sementes do algodoeiro verdão sintético, em escala comercial, no nordeste brasileiro.Comunicado Técnico 26. Embrapa Algodão: Campina Grande, 1976.
Moreira JAN, Freire EC,Santos RF, Barreiro Neto M. Algodoeiro Mocó: Uma lavoura ameaçada de extinção. Comunicado Técnico 36. Embrapa Algodão, Campina Grande, 1989.
Moreira JAN, Freire EC, Santos RF, Vieira RM. Use of numerical taxonomy to compare “Mocó” cotton with other cotton species and races. Revista Brasileira de Genética 18 (1): 99-103, 1995.
Neto Vidal FC, Barroso PAV, Santos JW, Araújo GP, Andrade FP,Santos TS. Prospecção, coleta e caracterização in situ de populações de espécies do gênero Gossypium no estado do Ceará. Documentos 166. EmbrapaAlgodão, Campina Grande, 2007.
Pearse AS. Brazilian cotton. International Federation of Master Spinnere and Manufacteurs Associations: Manchester, 1921.231p.
PinheiroDM. Para um melhor conhecimento genético dos algodoeiros “mocó” e “verdão”. In. 10 anos de melhoramento genético do algodoeiro “mocó “ (Sudene). Departamento de Agricultura e Abastecimento. pp. 12-20, 1974.
Pires C, Silveira FA, Oliveira GMde, Cardoso CF, Pereira FFO, Souza VV,Nakasu EYT, Paes JSO, Teles É,Silvie P, Rodrigues S, Miranda J,Scomparini A, Bastos C, Oliveira GS, Oliveira JE, Santos JB, Barroso PAV,Sujii E, Fontes E. Visitantes florais em espécies cultivadas e não cultivadas de algodoeiro Gossypiumspp, em diferentes regiões do Brasil. Boletim de Pesquisa 148. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília.2006.
Ribeiro CSN. Caracterização in situ, molecular e morfológica de acessos de Gossypium do estado de Pernambuco. Mestrado – Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE, Recife, 2008. 122p.
Ridley M. Evolução. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Stephens SG. Geographical distribution of cultivated cottons relative to probable centers of domestication in the new world. In. Genes, enzymes and populations. EditadopeloSrb. Adrian, M. Plenum Press, New York, pp. 239-254, 1973.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
a) The Authors retain the copyright and grant the journal the right to first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License that allows the sharing of the work with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
b) Authors are authorized to assume additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg, publishing in institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
c) Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes, as well as increase impact and citation of the published work.