INDISCIPLINA NO CONTEXTO ESCOLAR: percepções de profissionais da educação de uma escola da Rede Estadual de Ensino de Goiás
DOI:
https://doi.org/10.33837/msj.v2i1.876Keywords:
Indisciplina, Ambiente escolar, Comportamento, Diálogo, MudançaAbstract
A indisciplina é um problema recorrente no processo educacional e que emerge de uma multiplicidade de causas e fatores que se encontram inseridos dentro e fora do contexto escolar. Objetivou-se neste trabalho identificar e analisar as considerações e percepções de um grupo de gestores e professores do Ensino Médio de uma escola pública do interior de Goiás, a respeito da indisciplina e como eles lidam com a mesma. A pesquisa é um estudo de caso com abordagem qualitativa sendo utilizados questionários, entrevistas e gravação de áudio para coleta de dados. Observou-se que os professores participantes são graduados em cursos voltados à formação docente, porém, a maioria atua fora da sua área de formação e possui sobrecarga de trabalho. As situações e comportamentos declarados pelos professores e gestores como indisciplina são caracterizados como indisciplina instrucional. O diálogo e a tentativa de compreender o contexto vivenciado pelo aluno foram as condutas apresentadas no enfrentamento do problema. Para minimizar a indisciplina, ambos os grupos de participantes revelam a necessidade de colaboração e participação dos pais na vida escolar dos seus filhos e melhoria nas relações interpessoais da família. Há concordância entre professores e gestores que consideram o desinteresse como o principal gerador da indisciplina. Desse modo, estratégias diversificadas podem estimular a participação do aluno na aula, minimizando o desinteresse e, consequentemente, a indisciplina. São muitos e diferentes os apontamentos e considerações sobre a indisciplina. Por ser uma situação dinâmica, cabe aos envolvidos com o ambiente escolar serem motivadores das mudanças, partindo a iniciativa na prática de cada docente em sala de aula, contribuindo assim, para a melhoria da qualidade do ensino.References
Alves, M. G. (2016). Viver na escola: indisciplina, violência e bullying como desafio educacional. Cadernos de Pesquisa, 46(161), 594-613.
Amado, J. S. (2001). Compreender e construir a (in)disciplina. In: Sampaio, D.; Strecht, P.; Zink, R.; Amado, J.; Woods, P. (Orgs). Indisciplina e violência na escola. Lisboa: Cadernos de Criatividade, p. 41-54.
Aquino, J. G. (1996). Confrontos na sala de aula: uma leitura institucional da relação professor aluno. 2 ed. São Paulo: Summus.
_______. (2011). Da (contra)normatividade do cotidiano escolar: Problematizando discursos sobre a indisciplina discente. Cadernos de Pesquisa, 41(143), 456-484.
Augusto, T. G. S.; Caldeira, A. M. A. (2007). Dificuldades para a implantação de práticas interdisciplinares em escolas estaduais, apontadas por professores da área de Ciências da Natureza. Investigações em Ensino de Ciências, 12(1), 139-154.
Araújo, T. (2009). Indisciplina: como se livrar dessa amarra e ensinar melhor. Revista Nova Escola, 226, 78.
Banaletti, S. M. M.; Dametto, J. (2015). Indisciplina no contexto escolar: causas, consequências e perspectivas de intervenção. REI – Revista de Educação do Ideau, 10(22), 1-15.
Boarini, M. L. (2013). Indisciplina escolar: uma construção coletiva. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, 17(1), 123-131.
Brasil. (2006). Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação, Conselho Pleno. Resolução Nº 1 de 15 de maio de 2006. Brasília: MEC/CNE/CP.
_______. (2012). Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Básica. Resolução Nº 2 de 30 de janeiro 2012. Brasília: MEC/CNE/CEB.
_______. (2014). Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Relatório Nacional da Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) de 2013. Brasília: MEC/INEP.
Busquets, C. G.; Pros, R. C.; Muntada, M. C.; Martín, M. B. (2015). Indisciplina Instruccional y Convencional: Su Predicción en el Rendimiento Académico. Revista Colombiana de Psicología, 24(2), 317-330.
Calvo, P.; García, A.; Marrero, G. (2005). La disciplina en el contexto escolar. Las Palmas de Gran Canaria: Universidad de Las Palmas de Gran Canaria, Servicio de Publicaciones, 494 p.
Casares, M. C. P. C. (2013). Los estúdios de comunicación: disciplina o indisciplina. Nueva época, 20, 11-32.
Castro, M. C. (2010). Indisciplina: Um Olhar Sobre os Distúrbios Disciplinares na Escola. Revista Eletrônica da Faculdade Semar/Unicastelo, 1( 1), 1-24.
Cunha, M. B. (2012). Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Química Nova na Escola, 34(2), 92-98.
Damasceno, D.; Godinho, M. S.; Soares, M. H. F. B.; Oliveira, A. E. (2011). A formação dos docentes de Química: uma perspectiva multivariada aplicada à rede pública de ensino médio de Goiás. Química Nova, 34(9), 1666-1671.
Dias, C. L.; Colombo, T. F. S. (2013). A indisciplina na Instituição Escolar: E Trabalho com Assembleias de Classe no Desenvolvimento de Crianças Morais Autônomas. Revista Educação, 38(2), 361-374.
Ferreira, A. B. H. (2010). Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. 8 ed. Curitiba: Positivo. 895 p.
Freire, I. (2001). Percursos disciplinares e contextos escolares: dois estudos de caso. 2001. 569 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Lisboa.
Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 35 ed. São Paulo: Paz e Terra.
Freitas, A. S. (2007). A questão da experiência na formação profissional dos professores. In Ferreira, A. T. B. (Org). Formação continuada de professores. Belo Horizonte: Autêntica.
Gatti, B. A. (2010). Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educação & Sociedade, 31(113), 1355-1379.
Lima, M. F. E. M.; Oliveira Lima-Filho, D. O. (2009). Condições de trabalho e saúde do/a professor/a universitário/a. Ciências & Cognição, 14, 3, 62-82.
Machado. G. C.; Forster. M. M. S. (2015). (In)Disciplina Escolar: Desafios e Possibilidades aos Professores do Século XXI. Educação Por Escrito, 6(1), 118-133.
Martins, A. M.; Machado, C.; Furlanetto, E. C. (2016). Mediação de conflitos em escolas: entre normas e percepções docentes. Cadernos de Pesquisa, 46(161), 566-592.
Mendes, F. M. D. (2008). Pensando sobre a indisciplina escolar. In: 4º Seminário Indisciplina na Educação Contemporânea. Universidade Tuiuti do Paraná, UTP. Curitiba, PR. p. 128-137.
Mutti, R. G. V. (2014). Indisciplina e Discurso Pedagógico: Efeitos de Sentidos Diversos em Confronto. Revista Educação, 37(3), 347-358.
Neves, M. M. B. J.; Marinho-Araujo, C. M. (2006). A questão das dificuldades de aprendizagem e o atendimento psicológico às queixas escolares. Aletheia, 24, 161-170.
Oliveira, M. T. M.; Graça, A. (2013). Procedimentos dos Professores Relativamente aos Comportamentos de Indisciplina dos Alunos na Aula de Educação Física. Millenium, 45, 25-43.
Paiva, E. V. (2003). A formação do professor crítico-reflexivo. In: _____ (Org.) Pesquisando a formação de professores. Rio de Janeiro: DP&A.
Pimenta, S. G. (2002). Formação de Professores: identidade e saberes da docência. In: _______ (Org.) Saberes Pedagógicos e Atividade Docente. São Paulo: Cortez. p. 15-34.
Pires, R. O.; Abreu, T. C.; Messeder, J. C. (2010). Proposta de ensino de química com uma abordagem contextualizada através da história da ciência. Revista Ciência em Tela, 3(1),1-10.
Rego, T. C. R. (1996). A indisciplina e o processo educativo: uma análise vygotskiana. In: Aquino, J. G. (Org.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus. p. 83-101.
Santomé, J. T. (1998). Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artmed.
Silva, A. R. (2015). Uma realidade evidente: a indisciplina no contexto escolar. REVASF- Revista de Educação do Vale do São Francisco, 5(7), 63-72.
Smith, C.; Strick, L. (2007). Dificuldades de aprendizagem de A a Z: um guia completo para pais e educadores. Tradução Dayse Batista. Porto Alegre: Artmed. 321 p.
Souza, A. R. (2013). O professor da educação básica no Brasil: identidade e trabalho. Educar em Revista, 48, 53-74.
Souza, B. (2015). Só 16 escolas têm todos docentes formados na área que atuam. Revista Exame. São Paulo: Editora Abril. Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/so-16-escolas-do-brasil-tem-todos-os-professores-formados/ Acesso em 13 de fevereiro de 2018.
Tardif, M. (2007). Saberes Docentes e Formação Profissional. 8 ed. Petrópolis: Vozes.
Tiba, I. (2006). Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Editora Integrare. 224 p.
Vasconcellos, C. S. (2004). (In) Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad Editora.
Vasconcelos, M. L. M. C. (2001). (In)disciplina, escola e contemporaneidade. São Paulo: Editora Mackenzie.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
a) The Authors retain the copyright and grant the journal the right to first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License that allows the sharing of the work with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
b) Authors are authorized to assume additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg, publishing in institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
c) Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes, as well as increase impact and citation of the published work.